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A noite alfacinha é delas

Por Romina Carneiro

Enquanto mulher, é fácil sair em Lisboa durante a semana sem gastar nem um cêntimo. Falo da moda das "ladies-nights". E os homens vão atrás, pois já sabem que as encontram nos ditos sítios. Ou seja terça-feira é noite de "Queens" que passa música anglo-saxónica e ainda por cima oferece um show de striptease masculino. Se preferir, porém, antes música Disco, Pop, R&B ou Soul visite o "Dock's Club", que, apesar de não oferecer o show de striptease, é um sítio bem simpático, à beira-Tejo. Às quartas-feiras, reunem-se as ladies todas no "Plateau" ao som de música variada, Pop-Rock ou no "Gringos", um bar-discoteca com vários pisos, uma decoração bem original e um pequeno espaço ao ar livre, passando literalmente um pouco de tudo.

Quinta-feira é noite de "Indochina", que se situa praticamente ao lado do "Dock's" e tem um ambiente bem simpático, ao som de uma mistura de vários géneros musicais. E se não gostar pode ir ao "vizinho", que às quintas oferece uma fantástica passagem de modelos, não sendo embora "ladies-night". Na sexta pode começar-se pelo bar "Álcool Puro", que passa música muito agradável, ou seja, para além de Soul e R&B passa também música africana e uma ou outra brasileirada. E depois deste magnífico aquecimento, a lady da noite de Lisboa depara-se com um dilema: "DNA Discoteca Bar", que passa música comercial, Pop-Rock ou "Bauhaus", que oferece às ladies um show de strip misto ao som de bom rock e de música comercial. Note-se que este dilema apenas se põe em três sextas-feiras do mês, já que a primeira sexta de cada mês está, no "Bauhaus", reservada à noite super rock que de facto a ladies não será aconselhável.

É óbvio que existem muitas mais coisas e sobretudo mais interessantes na noite alfacinha para além do itinerário "ladies-night". Penso por exemplo nos tão variados quanto interessantes cafés e bares como a "Tertúlia do Bairro Alto", que passa Blues, Jazz e tem regularmente exposições de pintura ou o Baliza Café Bar que serve caipirinhas de todos os frutos possíveis e imaginários e também possui exposições regulares de pintura e fotografia. Ou no "Pavilhão Chinês", onde se pode passar uma noite inteira a observar os objectos de decoração, que de facto dão a esse bar o toque tão especial que possui.

Sob pena de não mencionar tantos sítios interessantes para visitar, termino este pequeno guia da noite alfacinha com a observação de que não será decerto exagerado falar da noite de Lisboa como uma das melhores da Europa. E se não confiar na redacção deste jornal, faça você mesmo uma pesquisa prática e escreva-nos comunicando a sua experiência.





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Portugal-Post Nr. 24 / 2003