Novas da cena lusa em Ottensen

Os cafés lusos de Ottensen continuam bem frenquentados, tal como o "Veloso 2" na Friedensallee 32 (entre a "Fabrik" e Zeisehallen), o "Galo" no rés-do-chão do "Mercado" e o "Faro", da nossa sócia D. Maria Carminda Farinha. Esse último tem a grande vantagem de oferecer lugares para a gente se sentar e, quando estiver bom tempo outra vez, pode-se usufruir duma esplanada espaçosa e agradável.

Outra pastelaria duma sócia nossa, a "Lisboa" na Arnoldstr. 48, mudou de gerência; o novo gerente é o Sr. Arménio Neves. D. Ana Paula Domingues vai-se dedicar a tempo inteiro à sua verdadeira profissão, a de calista. E como o seu consultório fica mesmo ao lado (Arnoldstr. 44), pode-se matar dois coelhos duma só cajadada: se as suas unhas ou os seus pés precisam de ser tratados, marque dia com D. Ana Paula (tel. 0172/425 71 74) e depois tome um cafezinho no "Café Lisboa", onde continua atrás do balcão, o Sr. Carlos, seu irmão.

Como já informámos os nossos leitores, os donos do café português mais bonito de Hamburgo, a "Cantina de Silves" (Bahrenfelder Str. 56), os nossos sócios D. Maria Conceição e Heinrich Schmalstieg, tiveram que fechar no Verão por razões de saúde. Em Outubro, ao regressar de Portugal, vi que o letreiro tinha sido mudado para "Café Ribatejo". Qual não foi o meu espanto, quando descobri que as novas gerentes são a Cristina e a Carlota, as duas simpáticas filhas do nosso prezado sócio e colaborador, Luís Carvalho. Aposto que, após o seu regresso duma estadia prolongada no Chile e no Ribatejo, Ottensen vai fazer parte integrante e indespensável nas suas "rondas por este Hamburgo luso"!

É de assinalar a abertura de mais uma pastelaria lusa do outro lado da Bahrenfelder Straße: o "Império". Fica no nr. 232, mesmo em frente da "Fabrik", enquanto o novo "Café Europa" (Gr. Bergstraße 185) já fica fora de Ottensen, na vizinhança da Königstraße e do cemitério luso-judaico. É da família Guedes, muito conhecida entre os amadores das farturas, pois é ela que serve essa especialidade todos os anos no "Arraial português" no Museu de Etnologia (Rothenbaumchaussee).

Também sobre os restaurantes portugueses em Ottensen há algo para relatar. O "Bom Dia" na Bahrenfelder Str. 221, onde os nossos associados já se encontraram várias vezes nas suas "Rondas dos Restaurantes" mensais, continua aberto e continua a servir bem. Roque, o dono da "Casa de Arte" na Zeisehalle (Friedensallee 9), porém, achou bem mudar para um cardápio mais "globalizado", onde o galão luso não deve faltar, mas onde o prato forte são os coquetéis na "happy hour". A salvação culinária vem de Aveiro: dois irmãos da lusa Veneza abriram um pequeno restaurante, muito aconchegado e acolhedor e que, por isso, merece o seu nome algo insólito, "Ninho do Cuco". Fica na Eulenstr. 42 e abre todos os dias para o jantar (a partir das 17 horas).

E como dizia o outro, "nem só de pão vive o homem". Mas Ottensen é capaz de satisfazer também essas necessidades. Além da "Fabrik", onde actuam artistas de todo o mundo lusófono (Mariza, Cesária Évora e vários conjuntos brasileiros) temos como centro cultural ainda a "Werkstatt 3" (Nernstweg 32). Por nossa sorte, um dos responsáveis pelo programa, António Borralho, é lusodescendente. Já no ano passado organizou, com o nosso apoio, um concerto com música portuguesa ("Quatro Ventos") e, pouco antes do fecho da redacção, combinános, para 1 de Março, um concerto com Francisco Fanhais, ex-companheiro do Zeca Afonso. Além disso, não se deve esquecer que a própria sede da nossa associação fica em Ottensen, mais exactamente na Susettestr. 4, onde, uma vez por ano, os amigos da literatura de expressão lusa se encontram para um serão literário.

Não seria natural, se a Câmara de Altona, em seguimento ao nosso pedido de dar o nome da fadista Amália Rodrigues a uma rua ou praça desse município, escolhesse um lugar em Ottensen, fazendo assim jus à forte presença lusa nesse bairro?