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Poemas sobre o Alentejo

 

ÉVORA

Quartel junto ao Mercado

onde na tendinha

do mestre Sardinha

ele me contava, estórias do forcado.

Praça Geraldo, Casa Coelho, Café Camões

era um pulo até ao Templo Diana

onde me encostava e olhando os balcões

esperava a saída da Josefa.

Snack-Bar o Taco, Rua dos Mercadores

quarto dos meus amores. Évora,

fez de mim, o poeta que sou.

In Luís Carvalho, Quotidiano

 

 

 

E mais dois poemas de José A. Palma Caetano*

 

GRAVURA ALENTEJANA

por entre casas brancas

sol e distância

 

por entre oliveiras e vinhedos

ânsias e medos

 

por entre espigas e bolotas

a espuma dos olhos

 

na terra seca e no calor

o sabor a suor

 

nas almas sem mistério

a luz apenas como refrigério

 

e na dor das horas imoladas

silêncio e nada

 

 

ALENTEJO IMPRESSIONISTA

 

pedaços de sentir endurecido

 no solo de tão seco já sem alma

distância só distância afogueada

pelos férreos abraços da fadiga

 

um murmúrio da luz enlouquecida

voz trágica do tempo atormentado

e pela vastidão de tanto espaço

um sonho prolongado em infinito

 

por entre espigas um desejo ardente

uma canção à flor dos dias ledos

ao longe ecos talvez de passos lentos

 

e o tépido sorriso das estrelas

os lagos de luar e de silêncio

na hora construída de segredos


* natural de Vidigueira, leitor de português em Viena, Áustria




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Portugal-Post Nr. 19 / 2002